Projeto


"...os imigrantes que circulam pela casa represenam parte significativa da memória da imigração, o registro de suas trajetórias de vida, contribuindo para a preservação de uma memória que, considerada a idade avançada do atores, está prestes a se perder."

Ao longo do século XX, como resultado do processo de migração para o Brasil, expressa nos períodos de 1890-1914 / 1950-1960, muitos centros recreativos e assistenciais foram criados pelos imigrantes. No caso da Espanha, o processo de associativismo no Rio de Janeiro teve início com a fundação do Hospital Espanhol, no ano de 1859. Algumas dessas organizações, por razões variadas, não sobreviveram no tempo; caso de polêmico Centro Galego (1899-1943), outras como a Casa de Espanha do Rio de Janeiro, objeto dessa proposta, porém, permanecem em atividade. Criada através da fusão entre o Clube Espanhol (fundado em 25 de Junho de 1951(, e a casa de Galícia (Fundada em 1947), a Casa de Espanha constituiu-se como clube sociocultural esportivo que, além de servir de vínculos entre os membros da coletividade espanhola, promovia - e promove nos dias atuais - atividades de caráter assistencial, educacional e filantrópico. Dentro seus espaços de socialização destaca-se o Centro de Mayores, criado no ano de 2007. Hoje, o centro reúne quase 300 imigrantes, a maioria de origem galega, e representa, sem dúvida alguma, um dos poucos lugares de encontro e preservação da memória da coletividade espanhola no Rio de Janeiro. Com o intuito de contribuir para a história do associativismo espanhol no passado e no presente e para a preservação da memória da imigração através do registro da trajetória de vida dos imigrantes, tendo a casa de Espanha como locus de realização, o projeto inter-relacionaextensão e pesquisa e se estrutura em um duplo sentido. Por um lado, o da investigação sobre a organização e funcionamento da instituição, contribuindo para o enriquecimento dos estudos sobre associativismo. Por outro, a partir da premissa de que os imigrantes que circulam pela casa representam parte significativa da memória da imigração, o registro de suas trajetórias de vida, contribuindo para a preservação de uma memória que, considerada a idade avançada dos atores, está prestes a se perder. Dessa forma, a proposta, se opõe a preencher algumas lacunas existentes na história do associativismo, na história da Casa da Espanha e ana história e memória da imigração espanhola.

Equipe


LABORATÓRIO DE ESTUDOS DE IMIGRAÇÃO

O Projeto Casa de Espanha foi produzido pela equipe abaixo descrita:

COORDENAÇÃO GERAL

PROFª DRª ÉRICA SARMIENTO

VICE-COORDENADORA

PROFª DRª ÂNGELA ROBERTI

EQUIPE DE COORDENAÇÃO

PROFª DRª LENÁ MEDEIROS DE MENEZES
PROFª DRª ANDRÉ AZEVEDO

PRODUÇÃO DO SITE

CARLOS MARCELO PAES

BOLSISTAS

LAURA PAIVA
BÁRBARA CUNHA
MARCELLE SANTOS
JÉSSICA CUNHA
PEDRO TORRES
PAMELA JANES VIEIRA
GABRIELLE JARDIM
CELSO LOUZADA

Agradecimentos


Centro de Mayores da Casa de Espanã do Rio de Janeiro

Vera Lúcia dos Santos (Assistente Social do Centro de Mayores)

Imigrantes Depoentes

Concepción Estevez Vázquez
Francisco Barros Pose
Joaquin Alves Blanco
Manuela Lorenzo Losada
Maria Del CArmem Barreiro Barrros
Maria Del Carmem Bua
Purificacion Estevez Perez
Maria Del Pilar Sarmiento Alonso

Histórias de Vida


"Todas essas pessoas vieram no navio. Está até o padre, inclusive aqui, tá até o padre. O padre está por aqui, acho que é esse aqui. E eu estou aqui no cantinho, tristinha, porque não queria vir. Eu e minha mãe, chorei muito, isso devia ser 6 anos." Depoente Maria del Carmen Barreiro


Vozes Migrantes


Seguem trechos das entrevistas excutadas pelo Laboratório de Estudos de Imigração com os imigrantes galegos da Casa de Espanã. São áudios riquíssimos das trajetórias de vida desses que ainda retém a memória viva da história dessas gerações.

Maria del Carmo Bua

FORTES MEMÓRIAS DA TERRA NATAL

"O que eu senti quando voltei lá depois de 40 e poucos anos, foi maravilhoso. Eu fui na escola onde estudei, Conseguir ir lá, sozinha, fiz questão de saber, para ver se eu ia lembrar. Eu lembrei detudo, e então foi muito bom. Foi muito gratificante a primeira vez que eu fui lá, foi uma emoção muito grande. Lembro de muita coisa. Consegui levar o meu marido lá"
Ana Maria Perez Quintela

DA ALDEIA PARA A CIDADE EM BUSCA DE CONHECIMENTO

"A professora do grupo escolar, achou que como eu tinha um pai na América, que eu devia estudar e não ficar limitada a escolhinha da aldeia. Aí eu mandei uma carta muito bonitinha para ele(Pai), que fui ajudada pela professora, pedindo dinheiro para estudar."
Concepcion Esteves Basques

Lembranças da Ditadura de Franco

"As coisas eram racionadas, só davam 1 quilo de açúcar, isso eu me lembro, eu era pequena, era tudo racionado pela minha mãe, uma época muito triste."
Francisco Barros Pose

a vida nos bares do Rio de Janeiro

"Trabalhei muitos anos, sempre nas casas de primeiríssima linha no Rio de Janeiro. Restaurantes e boates, e só deixei de trabalhar depois de quarenta e tal anos que me aposentei."

Contato


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